Mecanismo digital recusa softwares que não sejam do TSE ou que tenham sido alterados. A dez dias das eleições, urnas começaram a ser enviadas para as seções eleitorais.
A dez dias das eleições, as urnas eletrônicas começaram a ser enviadas para as seções eleitorais. Em todo o país, a mesma cena. Nos Tribunais Regionais Eleitorais, as urnas passaram por uma rechecagem com a participação de eleitores, representantes dos partidos e do Ministério Público.
No Amapá, um time de mais de 40 técnicos trabalhou para preparar as urnas. Na Paraíba, são 11.600 urnas. Em Minas Gerais, muito esforço para dar conta de tanta urna: 48 mil. Em São Paulo, milhares delas já estão até encaixotadas para transporte.
Foi assim o dia todo nos estados para registrar os dados dos candidatos, partidos e eleitores, até serem lacradas.
A eleição de 2018 celebra 22 anos de urna eletrônica, tempo em que ela ficou 30% menor e dois quilos mais leve. Mil toneladas a menos na hora de transportar as 500 mil urnas Brasil afora, o que faz diferença, principalmente, quando a urna vai de barco para locais isolados na Amazônia.
Ao longo de duas décadas, ela passou por três grandes mudanças. Em 1996, os números para digitar eram em baixo relevo e a tela ficava mais reta, porque o eleitor votava sentado.
“O eleitor, para fazer o seu voto, fazia uma certa força e a urna acabava escorregando para o final da mesa e até caía. Ela tinha uma inclinação no teclado que foi feita para o eleitor votar sentado e nós verificamos que poderia votar em pé”, conta o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral, Giuseppe Janino.
Numa segunda máquina foi alterada a inclinação da tela e foram inseridos teclados mecânicos para facilitar a digitação do próprio eleitor.
Em 2018, 73 milhões dos 147 milhões de eleitores vão usar as digitais para se identificar antes de votar. O sistema biométrico está totalmente implantado em nove estados e no Distrito Federal e também em 21 das 27 capitais do país.
Mas algumas das mudanças mais importantes não estão visíveis. Estão na segurança do programa que vai dentro da urna.
“Nós inserimos a cadeia de confiança, que é um mecanismo digital onde nós colocamos um chip. Ele não permite que um software que não seja de autoria do TSE, não seja assinado pelo Tribunal Superior Eleitoral, ou que tenha sido alterado, porque a assinatura não confere e a urna não funciona”, explica Giuseppe.
A urna não é conectada à internet, o que também não possibilita o ataque de hackers. Em dez dias, o eleitor estará mais uma vez frente a frente com ela para escolher o que quer para o país.
Fonte: https://g1.globo.com/