Tratar os recursos naturais com responsabilidade é uma imposição cada mais inadiável, ainda mais se pensarmos não apenas em ganhos imediatos, mas nas próximas gerações
O crescente investimento em energias limpas e renováveis é um caminho sem volta, o único possível se levada em conta a necessidade de preservação da vida na Terra. A reportagem do jornalista Caio Cigana, publicada na edição de fim de semana de Zero Hora, aproximou ainda mais essa realidade dos gaúchos.
A instalação de painéis solares em casas e estabelecimentos comerciais do Rio Grande do Sul ganha, atualmente, impulso inédito. Motivada em grande parte pelas perspectivas de economia da conta de luz, a mudança na matriz energética do Estado se insere em um contexto que vai além no bem-vindo alívio aos bolsos dos cidadãos.
Os esforços para reduzir a dependência do petróleo representam uma perspectiva de evolução das relações geopolíticas do planeta. Hoje, uma dezena de ditaduras encontra sustentação no dinheiro abundante e fácil do petróleo. Venezuela e Irã são apenas dois exemplos. Sem o fluxo de dólares que jorra dos poços, regimes totalitários serão obrigados a se abrir e a apostar na liberdade e no empreendedorismo, sob pena de ficarem, literalmente, sem combustível. Esse seria um ganho extra da aposta em tecnologia mais limpa.
Por outro lado, cabe ressaltar que não existe produção de energia sem efeito ambiental. Até mesmo as placas solares requerem recursos naturais e industriais para a sua fabricação, bem como o descarte, depois de terminado o seu ciclo de vida útil, precisa de planejamento e atenção.
Cataventos de energia eólica interferem nas migrações de pássaros e alteram os ecossistemas onde estão inseridos, mesmo fenômeno que se observa em relação às usinas hidrelétricas. Apesar disso, são infinitamente mais vantajosas, econômica e ambientalmente, do que a queima de combustíveis fósseis.
Energia abundante não deve significar, necessariamente, desperdício. Tratar os recursos naturais com responsabilidade é uma imposição cada mais inadiável, ainda mais se pensarmos não apenas em ganhos imediatos, mas nas próximas gerações.
Fonte: Gilmar Fraga / Arte ZH / https://gauchazh.clicrbs.com.br