Recursos dos fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste poderão ser contratados por pessoas físicas e jurídicas em projetos de geração distribuída e centralizada
SUELI MONTENEGRO, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE BRASÍLIA COMPARTILHAR
O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, anunciou em cerimônia no Palácio do Planalto a criação de uma linha de crédito de R$ 3,2 bilhões para financiar a instalação de sistemas de geração solar fotovoltaica em projetos de geração distribuída e de geração centralizada, nas áreas urbana e rural. Os recursos virão da carteira dos fundos constitucionais do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste e poderão ser usados por pessoas físicas e jurídicas.
“É um salto importante para o setor, um volume bastante significativo de recursos. E, acima de tudo, a grande novidade histórica é a abertura de financiamento a pessoa física, para que ela possa colocar na sua casa geração solar fotovoltaica para reduzir os seus gastos de energia elétrica, e contribuindo também com o meio ambiente”, afirmou o presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Rodrigo Sauaia.
A nova linha de crédito poderá ser contratada nos estados do Norte e Nordeste e Centro-Oeste, e no norte dos estados de Minas Gerais e do Espirito Santo. O financiamento estará disponível no Banco do Nordeste, Banco do Brasil e Banco da Amazônia.
Para o Nordeste, os juros serão de 6,24% ao ano e o prazo de financiamento de até 12 anos, com quatro anos de carência para começar a pagar. A mesma taxa será aplicada para a região Norte, mas o prazo será de até 36 meses, com dois meses de carência. No Centro-Oeste, a taxa é de 7,33% ao ano, com prazo de 24 meses e seis meses de carência.
Os recursos vão cobrir todos os bens e serviços envolvidos no projeto. O Ministério da Integração Nacional estima que pelo menos 10 mil contratações devem ser feitas este ano.
O executivo da Absolar destacou que o financiamento é um dos maiores gargalos para o desenvolvimento e o aproveitamento do potencial solar fotovoltaico no Brasil. Pessoas físicas, em especial, destacou, eram as que tinham as menores oportunidades de acesso a essa tecnologia.
“Esse financiamento é fundamental para as pessoas por alguns motivos. O primeiro deles é que em um residência de quatro pessoas você consegue praticamente zerar, ou seja, reduzir em 80% ou 90% o seu gasto de energia elétrica no mês, investindo R$ 15 mil em um sistema fotovoltaico. Só que você vai precisar de mais ou menos cinco anos para pagar esse investimento. É um sistema que dura 25 anos, então é um excelente investimento”, defendeu Sauaia. Ele lembrou, porém, que nem todo brasileiro tem esse valor disponível para investir, o que torna o empréstimo fundamental.
A Absolar foi uma das entidades convidadas para uma reunião conjunta das superintendências de desenvolvimento da Amazônia (Sudam), do Nordeste (Sudene) e do Centro-Oeste (Sudeco), no Palácio do Planalto. O encontro realizada nesta quarta-feira, 4 de abril, teve a presença do presidente Michel Temer e dos ministros da Integração, de Minas e Energia e da Indústria e Comercio.
Durante o encontro, a Absolar assinou um termo de cooperação com o Ministério da Integração Nacional para a realização de estudos sobre a viabilidade da instalação de sistemas de energia solar fotovoltaica, para permitir o bombeamento da água do projeto de transposição do rio São Francisco, no Nordeste. Segundo o executivo, o custo da energia energia elétrica é um dos maiores gastos do governo com o projeto. Ele representa R$ 300 milhões por ano.