O crescimento do mercado de monitoramento também refletiu no trabalho da polícia, que passou a utilizar a tecnologia como ferramenta nas apurações
A procura por residências e comércios mais seguros em Ribeirão Preto contribuiu consideravelmente para o crescimento do mercado de monitoramento nos últimos 10 anos na região, além de ter atribuído novas funções aos equipamentos.
Investigadores da Polícia Civil, por exemplo, passaram a usar câmeras de segurança como uma das principais ferramentas de trabalho nas apurações – e o resultado é satisfatório.
Para Silvia Ruivo, delegada titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), o esclarecimento do último latrocínio registrado na cidade, que resultou na morte de Brenner Brayan Teixeira, 17 anos, contou com a ajuda indispensável do flagrante das imagens.
“Sem isso, provavelmente não seria tão rápido. A procura pelos circuitos internos passou a fazer parte da nossa rotina nas investigações, só que a gente não pode exigir isso da população. A segurança pública é um dever do Estado”, explica.
Uma tentativa e um furto consumado em prédios sem porteiros, no Jardim Palmares e Sumaré, respectivamente, também chamaram a atenção por mostrar exatamente qual o método usado pelos bandidos para ter acesso aos locais. No primeiro caso, os equipamentos tiveram efeito preventivo e dois dos três assaltantes foram presos posteriormente.
O primeiro rapaz que escala a janela do apartamento, mas foge no final do vídeo, após ser visto por um morador, ainda não foi identificado.
Também por meio de câmeras de segurança, a DIG conseguiu identificar os acusados, que já haviam invadido ao menos cinco propriedades no Irajá, Santa Cruz e Parque Bandeirantes, entre casas e condomínios. Todos os crimes foram praticados com um Jetta de cor preta.
Ainda de acordo com Silvia, a Polícia Militar reconheceu a placa do veículo e prendeu Bruno Guerreiro da Silva e Elias Adriano de Souza Arcanjo cinco dias após a divulgação do circuito por porte ilegal de arma e associação criminosa.
Eles e Joney Torres de Oliveira, que não teria participado da ação, transportavam uma revólver calibre 38 no momento da abordagem. Agora, a dupla também pode ser indiciada por tentativa de furto e furto qualificado.
Custo benefício
José Alfredo Dametto é dono de uma empresa especializada em segurança eletrônica e acompanhou toda a evolução dos sistemas e o aumento da procura ao decorrer da década, incluindo a transição de preferência dos alarmes para as câmeras de monitoramento.
Segundo ele, a popularização dos aparelhos fez com que o custo caísse e os benefícios aumentassem, já que a qualidade das imagens passou de analógica para full HD nos últimos três anos e possibilitou o acompanhamento em tempo integral do proprietário pela tela do celular.
O valor para instalar quatro pontos em uma casa – que é o mais indicado pelo especialista – varia entre R$ 1.200 a R$ 1.600. O cabeamento e estrutura do espaço alteram o custo.
“A procura comercial é maior, mas os donos de residência tem investido cada vez mais nesses sistemas, até mesmo em conjunto. Os vizinhos têm se juntado para instalar em maior quantidade na rua toda e reforçar a segurança em alguns bairros”, explica Dametto. E completa:
“Quando abri a empresa, o mercado ainda era muito restrito, mas foi uma aposta certeira que tem dado bons retornos. Logo teremos captação em 4k, porque a tecnologia não para”.
Fonte: https://www.acidadeon.com/ Júlia Fernandes